Reunião convocada serviu para o Legislativo legitimar a atuação da concessionária contra moradores da cidade

Em reunião com os vereadores, a concessionária Águas de Primavera, empresa pertencente a AEGEA não assumiu nenhum compromisso em revisar ou reanalisar contas do serviço fornecidos de forma absurda nas contas de água.

Ao contrário, apenas reafirmou que os valores continuarão a serem cobrados dos consumidores, sem nenhum critério lógico. “Os valores estão regulamentados de acordo com a faixa de utilização”, disse Arildo Viana, Presidente da empresa concessionária em Primavera do Leste.

Ele não falou sobre os casos, onde os valores médios de R$ 100,00, R$ 150,00 passam de um mês para o outro a cobrar mais de R$ 1.000,00, sem nenhum diferencial na quantidade de água utilizada.

É o caso de E.T.S. de 41 anos, moradora do bairro Buritis, que apresentou para a reportagem, as 4 últimas fatura de consumo com valores que variavam de R$ 53,00 até o máximo de R$ 95,00. No entanto, sem nenhuma alteração na quantidade média consumida, a conta de água do último mês passou para R$ 850,00.

“...eles inventaram que tinha vazamento interno para justificar esse preço absurdo, mas meu marido fez uma revisão total dos encanamentos desde o relógio externo até as torneiras internas e não encontrou nada de errado”, relata ela.

Casos como de E.T.S. se multiplicam pela cidade sem que a empresa sofá nenhum tipo de punição pelo descalabro da cobrança. O local de reclamação está fisicamente estabelecido na cidade de Barra do Garças, quase 300 km de Primavera do Leste.

REPETIÇÃO

Como acontece todos os anos, a concessionária disse que está preparada para enfrentar o período de estiagem e a expectativa real é que a "falta de água", vai se repetir. A mudança da estação de tratamento de esgoto da região central da cidade está em andamento e deve ser entregue sem muitos atrasos do previsto no TAC assinado e que ampliou o período de concessão.

O MESMO DISCURSO

Na Câmara, a empresa priorizou apenas em comentar os investimentos prometidos e que garantiram para a concessionária, mais um longo prazo para exploração dos serviços com a garantia de faturamento alto.

O caso da ampliação de esgoto no Castelândia, onde o gasto com investimento é “dividido” com a Prefeitura e a transferência do E.T.E (Estação de Tratamento de Esgoto) foram exaustivamente apresentados, sendo que esses investimentos são justamente os serviços que devem ser feitos para que a concessionaria possa continuar valores absurdos para a prestação de serviços.

A tarifa social implantada na gestão passada, cujo estudo sobre faturamento reduzido e formas de compensação para a concessionária, são escondidos a 7 chaves pelo poder concedente e empresa concessionária.

Como os vereadores que iniciaram recentemente o mandato tem pouco ou nenhum conhecimento sobre os descaminhos usados pela concessionária para burlar o contrato que ampliou o tempo de concessão, a explicações postergatórias dadas pela direção da concessionária foram avaliadas como satisfatórias.