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IMPLOSÃO DO FASCISMO - "Não sou bolsominion": Malafaia detona filhos do "omisso, covarde e porcaria" Bolsonaro

IMPLOSÃO DO FASCISMO - "Não sou bolsominion": Malafaia detona filhos do "omisso, covarde e porcaria" Bolsonaro

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Mesmo com reação tímida dos filhos e declaração de amor de Bolsonaro, Malafaia voltou a subir o tom contra o clã e desdenhou com gargalhadas dos "bolsominions viúvas de Pablo Marçal" que o criticam nas redes: "kkkk"

 

Silas Malafaia parece realmente disposto a esgarçar a relação com o clã Bolsonaro, mesmo com a reação tímida e medrosa de Jair Bolsonaro (PL) e dos filhos aos xingamentos que desferiu para classificar o ex-presidente.

Em entrevista a Mônica Bergamo, na edição de terça-feira (8) da Folha de S.Paulo, o guru espiritual de Bolsonaro chamou o ex-presidente de "omisso, covarde e porcaria" por, segundo ele, ter ficado "em cima do muro" no primeiro turno das eleições em São Paulo e, assim, deixar com que Pablo Marçal (PRTB) rachasse a ultradireita, especialmente a horda radical aliada a ele.

"Ele [Bolsonaro] não é criança. Sabe o que ele fez [na eleição de SP]? Jogou para os dois lados. Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse. Que porcaria de líder é esse?", indagou.

Mesmo diante de ataques sórdidos, o clã reagiu de forma tímida a Malafaia. Bolsonaro chegou a fazer uma declaração de amor a seu guru ao comentar os impropérios.

"Eu amo o Malafaia. Ninguém critica mulher feia. Ele ligou a metralhadora, mas isso passa", minimizou.

Em publicação no Instagram, Carlos Bolsonaro passou um longo pano para Malafaia, antes de dizer que o guru "tem meu respeito mesmo que esteja extremamente irritado por algum motivo e cometa alguns equívocos, agora atacando de forma absurda meu pai".

Ao concluir, o vereador, que costuma reagir de forma enérgica e com impropérios a quaisquer críticas ao pai nas redes, ainda desejou "do fundo do meu coração muita paz e saúde" e mandou "um forte abraço" ao detrator do pai.

Em nota à coluna de Mônica Bergamo, Flávio minimizou o ataque feroz de Malafaia usando a expressão de que "roupa suja se lava em casa e não em público".

Bolsominion?

Malafaia, no entanto, não deixou barato e reagiu mais uma vez de forma enérgica ao revide manso do clã Bolsonaro.

Em declaração à mesma coluna de Mônica Bergamo, na edição desta quinta-feira (10) da Folha de S.Paulo, o pastor deu de ombros para o senador e sinalizou que vai jogar o que sabe no ventilador mesmo.

"Eu não lavo roupa suja em casa — primeiro, porque não tenho casa com Bolsonaro para lavar roupa", rebateu Malafaia.

Em seguida, o pastor disse que deu a entrevista com os ataques para "dar um choque de realidade" em Bolsonaro.

"Eu sou o maior apoiador do Bolsonaro. Nas horas difíceis, estive ao lado dele. E concedi a entrevista para dar um choque de realidade, para ele acordar. Por isso eu expus publicamente a minha opinião".

Em seguida, ele ressaltou que, apesar de apoiador do ex-presidente, não pertence a ala radical comandada pelo clã, que foi apelidada de "bolsominion", uma referência aos personagens amarelinhos da animação Meu Malvado Favorito.

"As pessoas sabem que eu não sou bolsominion nem bajulador. Por isso a minha voz se torna poderosa para ajudá-los", disparou.

Em seu perfil no Instagram, Malafaia ainda desdenhou com gargalhadas os "bolsominions viúvas de Pablo Marçal" que o criticaram pelos ataques a Bolsonaro.

Em letras garrafais, ele publicou um "aviso" na rede: "aos bolsominions viúvas de Pablo Marçal que estão me atacando, quero informar que eu e Bolsonaro nos entendemos. Quem são vocês?", escreveu o guru, finalizando com um "só kkkk. Muito kkkk".

"Deu pra usar apelidos da esquerda agora pastor? Esse cara perdeu total a noção!!", reagiu um seguidor.

"Bolsominions? O gente, na moral, eu não dou mais palco pra este ser, não ouço, e não vou a lugar algum convocado por ele! Chega", ofendeu-se uma segunda seguidora.

"Isso não é postura de um pastor que se diz representante de Deus. Isso é postura de um politico que tem um propósito político", reagiu um terceiro.

Candidato em 2026?

Os ataques de Malafaia a Bolsonaro causou uma hecatombe na ultradireita neofascista, onde pulularam várias especulações e teorias conspiratórias, como é de praxe.

Em palestra paga a aliados, Pablo Marçal disse que Malafaia estaria se afastando de Bolsonaro porque "já existe" um mandado de prisão contra o ex-presidente.

"Ele acaba de decretar que está pulando fora do Bolsonaro porque ele sabe do mandado de prisão que tem contra o Bolsonaro - só para vocês saber, procurador-geral da República tem um mandado de prisão contra o Bolsonaro e ele [Malafaia] já sabe e aí vai acontecer o pior com o capitão depois das eleições", disse o ex-coach.

Marçal ainda jogou lenha na fogueira neofascista para incitar o aprofundamento do atrito de Malafaia com o clã Bolsonaro.

"O que eles estão fazendo? Centrão já pegou no colo o Tarcísio no colo e já decidiu que ele é o candidato do sistema. Vocês nunca imaginariam um negócio desses, né? Só que o aproveitador [Malafaia] já mudou de barco e agora começou a falar loucuras", emendou - veja o vídeo.

Outra tese levantada na ultradireita é que Malafaia teria pretensões eleitorais, saindo candidato a vice em chapa presidencial conservadora em 2026 e que, por isso, atacou Bolsonaro.

Indagado pela coluna de Paulo Cappeli, no site Metrópoles, o pastor negou a empreitada no mundo político eleitoral. 

“Não quero cargo público algum. As pessoas tentam deduzir nossa intenção pelo que elas próprias fariam. Não sou de partido político nenhum. Não sou nem serei candidato a nada. A chance é zero”, esquivou-se.

O guru ainda comentou o tom apaziguador dos revides do clã Bolsonaro, afirmando que "tem moral" para bater no ex-presidente.

“Avisei a Bolsonaro e filhos várias vezes que estavam sendo covardes e omissos. Então ele já sabia o que eu pensava. Eu tenho moral para falar. Continuo apoiando Bolsonaro pela história”, disse.

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