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Ato bolsonarista teve 4 vezes menos público que manifestação de fevereiro, segundo grupo da USP

Ato bolsonarista teve 4 vezes menos público que manifestação de fevereiro, segundo grupo da USP

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Em seu auge, foram 45,4 mil pessoas presentes, segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital; em 25 de fevereiro, o público chegou a 185 mil

O ato bolsonarista realizado neste sábado (7) na Avenida Paulista foi bem menor em público do que a manifestação convocada pelo mesmo grupo em fevereiro deste ano. Em seu auge, foram 45,4 mil pessoas presentes, segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP).

Para efeito de comparação, no ato realizado também na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro, o público chegou a 185 mil apoiadores do ex-presidente. Segundo os pesquisadores, neste sábado o horário de maior pico da manifestação foi às 16h05, quando Bolsonaro discursava em um trio elétrico.

Para se chegar à estimativa de público, o monitor da USP tirou 72 fotos entre 14h25 e 16h05, com 18 fotos selecionadas para cobrir a extensão da manifestação, sem sobreposição de imagens. Cada foto foi recortada em oito pedaços e, em cada um deles, foi aplicado o método Point to Point Network (P2PNet), que identifica cabeças estimando a quantidade de pessoas em uma imagem.

Conforme os pesquisadores, o método tem precisão de 72,9% e acurácia de 69,5% na identificação de cada pessoa.

Ato bolsonarista e um roteiro repetido

Depois do ato de fevereiro, houve, no Rio de Janeiro, um ato bolsonarista realizado em abril, que também contou com um público bem abaixo do esperado pelos organizadores. Na ocasião, segundo os pesquisadores da USP, no ápice da manifestação estiveram  presentes 32.750 pessoas na Praia de Copacabana.

Em comum com o ato deste sábado, havia ali um "apoio" de Elon Musk, que já partia para o enfrentamento direto com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na Paulista, os protestos contra o Supremo e as ofensas contra o ministro deram a tônica, assim como ontem, quando foram repetidos os pedidos de anista aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e falas e cartazes em defesa do bilionário dono do X, o ex-Twitter.

Na Paulista, o ex-presidente alegou ter sido "perseguido" pelo Tribunal Superior Eleitoral nas eleições de 2022. "É a primeira vez na história do Brasil que estamos assistindo a um presidente sem povo. Falaram que eu deveria passar a faixa para aquele cara... Eu não passo a faixa pra ladrão. Existem dois tipos de ladrões: o ladrão que rouba o nosso dinheiro e outro, mais perverso ainda, é o que rouba o nosso futuro e a nossa liberdade. As eleições de 22 [...] ela foi totalmente conduzida de forma parcial pelo presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes", disse Bolsonaro.

"Espero que o Senado coloque um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador, que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva", disse ainda o ex-presidente.

Gleisi: "Bolsonaro não entende nada de soberania"

Nas redes sociais, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann rebateu. "O Bolsonaro não entende nada de soberania. Defende o playboy bilionário Elon Musk, que não respeita as leis e a Justiça do Brasil. Ele não entende nada de democracia, quer anistia prévia para seus crimes e para os golpistas do 8 de janeiro de 2023."

A deputada federal disse ainda que Bolsonaro "não entende nada de liberdade. Exige o direito de mentir, incendiar, matar, fraudar e impor a lei do mais forte no país. Ele não entende nada de família, fé, patriotismo. Em sua boca, estas palavras não passam de mentira e manipulação".

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