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Filha de Catani - Amiga diz que Raquel era agredida pelo ex: “Viveu um inferno”

Filha de Catani - Amiga diz que Raquel era agredida pelo ex: “Viveu um inferno”

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A produtora rural Raquel Maziero Cattani, de 26 anos, viveu sob agressões e ameaças enquanto esteve com Romero Xavier, preso suspeito de tê-la mandado matar.

Infelizmente, ela viveu um inferno. Acho que desde o começo do casamento

 

“Infelizmente, ela viveu um inferno. Acho que desde o começo do casamento”, disse ao MidiaNews uma amiga próxima da família, que preferiu não se identificar.

 

Raquel foi morta por Rodrigo Xavier, irmão de Romero, na noite de quinta-feira (18). O corpo dela foi encontrado pelos pais no dia seguinte, em sua propriedade rural no assentamento Pontal do Marape, em Nova Mutum.

 

“Ele agredia ela, eram ameaças e agressões. A violência contra a mulher é assim: na frente dos amigos sorri, mas longe deles, chora. A gente sentia no abraço dela toda a dor”, afirmou a amiga.

Raquel e Romero foram casados por cerca de oito anos e estavam separados há aproximadamente um ano. Ele não aceitava o fim da relação e ameaçava matar a ex constantemente.

 

Segundo a amiga, Romero era “100% possessivo” com a produtora rural.

 

“A frase usada por ele era: ‘Se você não for minha, não será de mais ninguém’. Ela estava com medo, sofria ameaças a todo momento e era coagida”, disse.

 

Para tentar se proteger, segundo a amiga, Raquel passou a dormir com uma faca no quarto e tinha encomendado até mesmo uma câmera de segurança.

 

“Achava que ia defender a vida dela com a faca e a câmera ainda não tinha chegado. Ela tinha trocado o celular e queria trocar a fechadura das portas. Mas não deu tempo”, afirmou.

 

Perdeu o brilho

 

A amiga descreveu Raquel como uma mulher “maravilhosa", "exemplar”, “meiga" e "educada”.

 

“Nunca vimos a Raquel perder a cabeça com nada. Ela era um anjo que tinha uma temporada aqui e depois iria partir”.

 

Segundo a amiga, apesar de muito simpática e sorridente, Raquel perdia o “brilho” quando estava ao lado do marido.

 

“A Raquel não brilhava, ficava quieta, silenciosa, cabeça baixa, não tinha muito direcionamento do olhar. A gente percebia. Ela era coagida, acho que proibida de sorrir”, disse.

 

A Raquel não brilhava, ficava quieta, silenciosa, cabeça baixa, não tinha muito direcionamento do olhar. A gente percebia. Ela era coagida, acho que proibida de sorrir

“Longe dele, o sorriso dela, a alegria nos olhos, era grandioso”, completou.

 

Nova vida

 

A amiga disse que Raquel queria apenas se dedicar aos filhos e ao trabalho e voltar a estudar.

 

“Ela falou que ia lutar para continuar firme fabricando seus queijos, criar seus filhos e educá-los, colocá-los em uma boa escola e continuar os estudos dela”.

 

“Ela disse que queria voar. Voar até onde as asas dela chegassem. Era uma menina exemplar”, completou.

 

O assassinato

 

Raquel e Romero estavam em processo de divórcio e tinham um casal de filhos, fruto dos nove anos de casamento.

 

Conforme as investigações, no dia do homicídio Romero levou Rodrigo até as proximidades da propriedade de Raquel, no assentamento Pontal do Marape, onde o deixou escondido.

 

Após isso, ele passou na casa da ex-esposa para buscar as crianças, almoçou na casa do deputado Gilberto Cattani, ocasião em que chorou na frente dos familiares da vítima para forjar uma tristeza pela separação.

 

Depois, ainda conforme as investigações, levou os filhos para Tapurah a fim de criar o álibi e afastá-los do crime planejado. 

Rodrigo ficou à espreita da vítima até ela chegar ao sítio, por volta das 20 horas. Assim que Raquel chegou, foi esfaqueada e morta. Para tentar forjar um latrocínio, o assassino revirou a casa da vítima, quebrou objetos e roubou itens pessoais dela e sua Honda Biz.

 

De acordo com a Polícia, o assassino descartou o veículo e o celular de Raquel em um rio em Lucas do Rio Verde

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