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Evangélicos de SP rejeitam bolsonarismo por armas e “homeschooling”, diz Datafolha

Evangélicos de SP rejeitam bolsonarismo por armas e “homeschooling”, diz Datafolha

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Fórum conversou com dois pastores que atuam em São Paulo, um na cidade e outro no estado, sobre os temas que a pesquisa trouxe à tona. O pastor Will Carvalho, da Comunidade Cristã da Zona Leste, que se reúne na Vila Formosa, fez a seguinte análise: “acredito que esse resultado seja representação de um recorte de classe. A maioria absoluta dos evangélicos paulistanos são pobres e de classe média baixa. O pobre sabe bem que será a primeira vítima da liberação das armas. No mesmo sentido está a relação com o 'homeschooling': isso é coisa de uma classe mais abastada que olha para tudo o que é público e só vê o pior. Mais um enlatado americano. Pobre quer ensino público de qualidade pra deixar seus filhos na escola seguros e alimentados, enquanto trabalha.”

Ainda que alguns pastores conhecidos, como Silas Malafaia e Augustus Nicodemus defendam abertamente o “direito às armas”, seus posicionamentos não conseguem influenciar os evangélicos que enfrentam a realidade do dia a dia. O pastor capixaba Tiago Souza, que mora em Birigui, no noroeste Paulista, também é categórico ao afirmar que “pastores que defendem a questão armamentista estão distantes da essência do evangelho, que é da busca da paz, da fraternidade e do amor”, e continua dizendo sobre o "homeschooling" que “é nítido um projeto de tirar as crianças da escola para que não tenham uma educação ampla, libertadora e que garanta igualdade para todos. Eles dizem que não querem seus filhos sendo ‘doutrinados’ porque querem, eles mesmos, fazer a tal doutrinação. É o espelhamento do mal. Veem nos outros o que eles próprios gostariam de fazer.”

Em recente pesquisa, o instituto Datafolha entrevistou 613 paulistanos que se identificam como evangélicos e o resultado mostra dados desanimadores para o bolsonarismo: apenas 28% da parcela analisada aprova a ideia de que o cidadão tenha uma arma de fogo em casa, mesmo para “defesa pessoal”. Quando o tema é o projeto denominado “homeschooling”, que defende a educação domiciliar, o número é ainda menor, somente 19% dos entrevistados apoiam a ideia a escola tradicional seja substituída por aulas em casa.

O tema sempre causou polêmica nas igrejas evangélicas, conhecidas por defenderem uma cultura de paz e civilidade. Muitos se aferram à ideia de que são seguidores do “príncipe da paz”, um dos títulos proféticos dados a Jesus na Bíblia Sagrada. O próprio Jesus declarou em um dos seus discursos mais conhecidos, o “Sermão da Montanha”, que: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”. Para muitos cristãos, há uma incoerência natural em se dizer mensageiro da paz e defender um projeto que gera mais violência.

 

Ainda que alguns pastores conhecidos, como Silas Malafaia e Augustus Nicodemus defendam abertamente o “direito às armas”, seus posicionamentos não conseguem influenciar os evangélicos que enfrentam a realidade do dia a dia. O pastor capixaba Tiago Souza, que mora em Birigui, no noroeste Paulista, também é categórico ao afirmar que “pastores que defendem a questão armamentista estão distantes da essência do evangelho, que é da busca da paz, da fraternidade e do amor”, e continua dizendo sobre o "homeschooling" que “é nítido um projeto de tirar as crianças da escola para que não tenham uma educação ampla, libertadora e que garanta igualdade para todos. Eles dizem que não querem seus filhos sendo ‘doutrinados’ porque querem, eles mesmos, fazer a tal doutrinação. É o espelhamento do mal. Veem nos outros o que eles próprios gostariam de fazer.”


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