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Violencia na capital -MPE denuncia policiais por mais 22 mortes na Grande Cuiabá

Violencia na capital -MPE denuncia policiais por mais 22 mortes na Grande Cuiabá

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O Ministério Público Estadual (MPE) apresentou nesta sexta-feira (28) mais cinco denúncias provenientes da Operação Simulacrum contra cerca de 50 policiais militares suspeitos de forjarem confrontos para cometerem execuções em Cuiabá e Várzea Grande, entre 2017 e 2020.  

 

A primeira denúncia foi apresentada na noite desta quinta-feira (27) pelo crime de homicídio contra Mayk Sanchez Sabino e tentativas de homicídio contra Rômulo Silva Santos e mais duas pessoas não identificadas, em maio de 2020, no Coxipó do Ouro.

 

Entre os fatos denunciados hoje consta o confronto ocorrido em outubro de 2019 na Estrada do Manso, que terminou com a morte de cinco supostos criminosos. São eles: Bryan Christian Rodrigues Pinheiro, Kelvin Dias Nascimento, Lucas Matheus Campos Arce, Francisco Junior de Carvalho e Vanderson da Conceição Ferreira.

 

Inobstante tenham agido de forma oficial, deturparam a realidade fática para dar ares de estrito cumprimento do dever legal/legítima defesa, quando, em verdade, emboscaram e executaram as vítimas

Neste caso, em específico, foram denunciados os policiais militares Diogo Fernandes da Conceição, Raffael Garcia Marvulle, Altamiro Lopes da Silva, Maurício Alves Pereira Junior, Alersony Christian Gomes de Arruda, Wilson Ulisses Alves de Souza, Edson Willian de Arruda,  Leonardo de Oliveira Penha, Jonatas Bueno Trindade, Marcos Antônio da Cruz Santos, Allan Carlos Miguel, Claudio Batista Leal, Ageu Leal Silva, Heron Teixeira Pena Vieira, Jairo Papa da Silva, Jonathan Carvalho de Santana e o segurança particular Ruiter Cândido da Silva, acusado de armar as emboscadas.

De acordo com a denúncia, as vítimas foram atraídas ao local em que foram executadas por Ruiter, sob o pretexto de cometer um roubo em uma chácara localizada nas proximidades.

 

Assim que as vítimas chegaram ao local, segundo o MPE, foram surpreendidas pelos policias, que as renderam e, em seguida, as executaram.

 

“Destaca-se desde já que os executores sabiam de antemão que as vítimas seriam atraídas àquele local e ali permaneceram escondidos, de tocaia, para surpreendê-las, de modo a dificultar-lhes ao máximo qualquer chance de defesa. O objetivo do grupo era matar todas as vítimas, motivo pelo qual, inclusive, não deram qualquer ordem de parada e tampouco se identificaram como policiais”, diz trecho da denúncia.

 

Segundo o MPE, o objetivo dos acusados era projetarem suas imagens como de policiais que eliminam a vida de malfeitores com coragem e destemor, na busca por elogios e promoções na carreira policial.

 

“Inobstante tenham agido de forma oficial, deturparam a realidade fática para dar ares de estrito cumprimento do dever legal/legítima defesa, quando, em verdade, emboscaram e executaram as vítimas, o que configura a atividade desenvolvida pelos ora acusados como atividade típica de grupo de extermínio, considerando que agiram imbuídos de um sentimento de ‘justiçamento’, visando exterminar vidas humanas por ele consideradas indignas e envolvidas na criminalidade ordinária”, diz outro trecho da denúncia.

 

Outros casos

 

A segunda denúncia apresentada hoje diz respeito ao confronto supostamente forjado pelos policiais no dia 30 de outubro de 2020, no Distrito de Souza Lima, em Várzea Grande, e vitimou Kaio Henrique Miranda de Araújo, Franklin Thomé Arruda Ferreira Mendes, Lucas Conceição Silva e Deyverson Ferreira de Oliveira Mota.

 

Nesse caso foram denunciados Alisson Rocha Brizola, Anderson Gomes de Castro, André Felipe de Carvalho Campos, Cezar Adriano Prado Gomes, Dagner João Santana da Silva Oliveira, Fernando Cesar de Oliveira, Gederson Barbosa dos Santos, Israel Xavier Girotto, Jefferson Alves do Carmo, Magno Sousa do Nascimento, Marcos Gustavo Soares de Oliveira, Nayara Rodrigues Belo, Rhodiney Marques Silva, Robson dos Santos, Rogério Aparecido Teixeira de Lima e Ruiter Candido Da Silva.

 

A terceira denúncia refere-se ao suposto confronto forjado no dia 29 de julho de 2020, na região de chácaras Recanto das Seriemas, no Bairro Itamaraty, em Cuiabá. Na ocasião, morreram André Felippe de Oliveira Silva, Gabriel de Paula Bueno, Jhon Dewyd Bonifácio de Lima, Leonardo Vinycius de Moraes Alves, Oacy da Silva Taques Neto e Willian Dhiego Ribeiro Moraes. Ficaram feridos Geovane Ferreira Sodré e Rogério Da Cruz Liberatori.

 

Foram denunciados Everton Bespalez, Antônio José Ventura de Almeida, Luiz Fernando de Souza Neves, Ricardo da Silva Duarte, Alex Sandre Souza dos Santos, Jonas Benevides Correia Junior, Berlitz Alves de Oliveira, Lucas Alves Bataielo, Antônio Vieira de Abreu Filho, Eduardo Moreira Lauriano, Cleber De Souza Ferreira e Jonathan Carvalho de Santana.

 

O fato da quarta denúncia ocorreu no dia 30 de junho de 2020, também na Estrada do Manso, próximo ao Condomínio Golf Club. Conforme o MPE, os policiais mataram José Carlos Fernandes DumontCleberson Rodrigo Marques e SilvaCleber Neves de AndradeJoão Vitor Chaves, e tentaram matar Diego Arruda Nascimento.

 

Nesse caso foram denunciados Alexandre dos Santos Lara, Benedito Patrício da Silva Junior, Bruno Pedro Tavares Correia, Elias Jose Lopes Schuina, Esmail da Silva Gorgonha, Heron Teixeira Pena Vieira, Icaro Nathan dos Santos Ferreira, Jairo Papa da Silva, Jonathan Carvalho Santana, Patrick Lauro Loureiro de Almeida, Ronaldo Reiners, Thiago Padilha de Moraes, Ruiter Candido Da Silva, Thiago Satiro Albino, Tulio Aquino Monteiro da Costa e Wilson Ulisses Alves de Souza. 

 

A quinta denúncia refere-se ao suposto confronto forjado que ocorreu no dia 3 de outubro de 2017, na localidade conhecida como “Mangueiral”, na região do Rodoanel, entre as Rodovias Emanuel Pinheiro e Elder Cândia, em Cuiabá. Morreram na ocasião Mayson Ricardo de Moraes DihlFabrício Soares Ferreira e Deberson Pereira de Oliveira.

 

Foram denunciados Tulio Aquino Monteiro, Abner James Lopes Silva, Luciano Baldoino dos Santos, André Luiz dos Santos Souza, Geraldo Vieira da Silva, Jackson Pereira Barbosa, Arlei Luiz Covatti, Tiago de Jesus Batista Borges, Vinícius Santos de Oliveira, Jonatas Bueno Trindade, João José Fontes Pinheiro Neto, José Roberto Rodrigues da Silva, Cleber De Souza Ferreira, Jhonatan Carvalho De Santana e Heron Teixeira Pena Vieira.

 

Todas as denúncias são assinadas pelos promotores de Justiça Vinicius Gahyva Martins, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, Samuel Frungilo, Jorge Paulo Damante Pereira César Danilo Ribeiro de Novais.

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